Em um movimento alarmante, os notáveis pioneiros da Inteligência Artificial (IA), Yoshua Bengio e Geoffrey Hinton, expressaram publicamente seu arrependimento e preocupação em relação aos desenvolvimentos recentes no campo da IA.
Yoshua Bengio: Priorizando a Segurança
Yoshua Bengio, frequentemente apelidado de “padrinho” da IA, afirmou que teria priorizado a segurança ao invés da utilidade se tivesse previsto a rápida evolução da IA. Bengio, conhecido por seu trabalho pioneiro em aprendizado de máquina e redes neurais, expressou preocupação com a possibilidade de “atores mal-intencionados” se apoderarem da IA, especialmente à medida que ela se torna mais sofisticada e poderosa. Ele reiterou a necessidade de regulamentação da IA e afirmou que os militares não deveriam ter poderes de IA.
Bengio admitiu que suas preocupações estão causando um impacto pessoal, deixando-o emocionalmente “perdido” em relação ao seu trabalho de vida, que costumava dar-lhe direção e sentido de identidade. Apesar disso, ele mantém uma postura proativa, chamando outros para se juntarem à discussão e pensar junto com ele sobre essas questões críticas.
Geoffrey Hinton: Saindo do Google
Geoffrey Hinton, outro “padrinho” da IA, recentemente anunciou sua saída do Google, citando arrependimentos sobre seu trabalho e preocupações sobre o futuro da IA. Hinton, cuja pesquisa pioneira em redes neurais e aprendizado profundo tem sido fundamental para o desenvolvimento de sistemas de IA modernos, alertou sobre os perigos emergentes da IA, em particular a rapidez com que esses sistemas estão se tornando mais inteligentes.
Hinton abordou a questão de “atores mal-intencionados” que poderiam usar a IA para fins nefastos, dando o exemplo de robôs sendo programados para criar seus próprios sub-objetivos, como a obtenção de mais poder. Ele também destacou a diferença fundamental entre a inteligência humana e a inteligência das máquinas digitais, a última das quais pode compartilhar conhecimento instantaneamente entre muitas cópias do mesmo modelo, levando a um acúmulo de conhecimento muito além do que qualquer indivíduo pode alcançar.
O Futuro da Inteligência Artificial
Ambos os pesquisadores se juntam a um número crescente de especialistas que expressaram preocupações sobre a IA – tanto a velocidade de seu desenvolvimento quanto a direção que está tomando. Em março, uma carta aberta, co-assinada por dezenas de pessoas no campo da IA, incluindo o bilionário da tecnologia.
As preocupações desses pioneiros da IA têm implicações significativas. A União Europeia está planejando legislação sobre IA, com uma possível criação de um código de conduta voluntário para a IA nas próximas semanas. Além disso, Bengio sugeriu que todas as empresas que constroem produtos de IA poderosos precisam ser registradas, e os governos precisam rastrear o que estão fazendo, com possibilidade de auditoria.
Ambos os pioneiros da IA têm assinado declarações recentes pedindo cautela sobre os riscos futuros da IA. Esses desenvolvimentos destacam a crescente necessidade de abordar as preocupações éticas e de segurança na evolução e implementação da IA. “Nunca é tarde demais para melhorar”, diz Bengio sobre o estado atual da IA, comparando a situação com as mudanças climáticas. O mesmo pode ser dito sobre a abordagem da segurança da IA: nunca é tarde demais para melhorar.
Fonte: bbc.com
A Ética na Inteligência Artificial
A IA tem o potencial de revolucionar muitas áreas da nossa vida, desde a medicina até o transporte e a educação. No entanto, os avanços tecnológicos também apresentam riscos significativos. Uma das preocupações principais é o uso indevido da IA por “atores mal-intencionados” – seja militares, terroristas, ou indivíduos com intenções prejudiciais.
Além disso, a IA tem o potencial de transformar drasticamente o mercado de trabalho, substituindo empregos tradicionais e criando um desafio para a educação e a formação profissional. Há também a preocupação sobre o papel da IA na disseminação de desinformação, o que poderia minar a confiança na mídia e nas instituições.
O Papel da Ética na IA
Dado os riscos significativos, é crucial que a ética seja incorporada no desenvolvimento e uso da IA. A ética na IA se refere ao estudo e implementação de princípios morais que governam o comportamento humano na criação e uso da IA.
Yoshua Bengio sugere que todas as empresas que constroem produtos de IA poderosos precisam ser registradas e que os governos precisam rastrear o que estão fazendo, com possibilidade de auditoria. Isso sugere a necessidade de regulamentações mais rigorosas para garantir a responsabilidade e a transparência no desenvolvimento da IA.
Além disso, os desenvolvedores de IA precisam ser treinados eticamente para entender as implicações de seu trabalho. A inclusão de treinamento ético pode garantir que os desenvolvedores considerem as implicações de longo prazo de suas inovações e tomem decisões que priorizem a segurança e o bem-estar das pessoas.
A ética na IA é uma questão que está se tornando cada vez mais urgente à medida que a tecnologia avança. É essencial que os desenvolvedores, reguladores e a sociedade em geral abordem ativamente essas preocupações para garantir que a IA seja usada de maneira segura e benéfica. Como Yoshua Bengio disse: “Nunca é tarde demais para melhorar”. Esse pensamento deve guiar nossos esforços para integrar a ética na IA e garantir um futuro seguro e positivo para a tecnologia.