A revolução tecnológica chegou ao mundo das competições de beleza com a Miss AI, marcando a primeira vez que modelos digitais, criadas através de inteligência artificial, competem pelo título. Essas influenciadoras virtuais, que existem apenas na esfera digital, estão redefinindo o conceito de beleza e influência.
Com nomes como Aiyana Rainbow e Kenza Layli, essas concorrentes são desenvolvidas por equipes talentosas de todo o mundo, utilizando uma combinação de tecnologias de IA prontas e proprietárias. Veja como essas modelos digitais estão prontas para transformar o cenário dos concursos de beleza e das mídias sociais. Veja as finalistas aqui.
O Conceito Revolucionário da Miss AI
Modelos criadas por Inteligência Artificial (IA) estão competindo no primeiro concurso ‘Miss AI‘. As participantes não possuem presença física, existindo apenas nas redes sociais, principalmente no Instagram, em forma de imagens fotorrealistas.
Esses avatares digitais compartilham seus ‘pensamentos’ e novidades sobre suas ‘vidas’ por meio de textos em postagens nas redes sociais. Algumas até aparecem falando e se movendo em vídeos. Kenza Layli, criada por uma equipe do Marrocos, por exemplo, fala em árabe sobre sua felicidade em ser uma das finalistas. Já a candidata brasileira Ailya Lou aparece dublando e dançando ao som de uma música.
O concurso, organizado pela FanVue, oferece um prêmio em dinheiro de $5.000 para a vencedora, além de assessoria de imprensa e mentoria para a primeira colocada e dois vice-campeões. O objetivo é destacar criadores de conteúdo que utilizem a IA de forma inovadora.
A tecnologia utilizada na criação dessas modelos mistura ferramentas comerciais com tecnologia proprietária, permitindo a produção de imagens altamente realistas. As finalistas do ‘Miss AI‘ foram selecionadas por um painel de juízes entre 1.500 inscrições e serão anunciadas no final de junho.
Segundo Sally-Ann Fawcett, historiadora de concursos de beleza e jurada do ‘Miss AI’, a avaliação se concentra não apenas na beleza, mas na mensagem que essas modelos digitais transmitem. As participantes também relevam causas sociais em suas postagens, como Anne Kerdi que apoia a conservação dos oceanos ou Aiyana Rainbow, que advoga pelos direitos LGBTQ.
Mesmo com todo o realismo, os concursos AI ainda enfrentam críticas por manterem os estereótipos de beleza tradicionais e por não diversificarem suficientemente em termos de idade, tamanho e características físicas.
Com o potencial de os influenciadores virtuais se tornarem uma força significativa no mercado, o ‘Miss AI’ é uma plataforma chave para mostrar as capacidades da IA no marketing digital. A intenção é que essas modelos AI possam, no futuro, alcançar uma audiência global e firmar parcerias de marca lucrativas.
As Finalistas e Suas Características
Dez modelos que existem apenas no reino digital foram selecionadas como finalistas para o concurso Miss AI, considerado o primeiro concurso de beleza do mundo envolvendo IA. As finalistas foram escolhidas por um painel de quatro juízes a partir de 1.500 submissões. O evento é organizado pela plataforma de criadores online FanVue, sediada no Reino Unido.
Os modelos são imagens fotorrealistas de jovens extremamente belas, criadas utilizando uma combinação de tecnologia de IA de prateleira e tecnologia proprietária. Elas não têm presença física no mundo real, existindo principalmente nas redes sociais, sobretudo no Instagram.
Aiyana Rainbow, uma modelo de IA criada na Romênia, é uma das finalistas e se destaca como defensora LGBTQ. Kenza Layli, do Marrocos, falou em árabe sobre sua felicidade por ser selecionada, destacando o orgulho de ser uma invenção árabe e marroquina 100%. Ailya Lou, do Brasil, ganhou atenção ao dublar e se movimentar ao som de uma música.
Além das interações em fotos, algumas personagens também aparecem em vídeos, onde compartilham seus “pensamentos” e novidades sobre suas “vidas”, geralmente através de textos nas postagens das redes sociais.
O concurso oferece um prêmio em dinheiro de $5.000 para a vencedora, além de relações públicas e mentoria para ela e duas vice-campeãs. Os resultados serão anunciados no final de junho, e este é apenas o primeiro de uma série de concursos para criadores de conteúdo de IA lançados pela FanVue sob o título “The FanVue World AI Creator Awards”.
Embora o foco principal seja a beleza das finalistas, o fundador da FanVue, Will Monange, afirmou que o concurso descobriu criadores que ninguém conhecia, demonstrando o potencial das criações de IA no espaço criativo.
O layout tradicional de concursos de beleza é mantido, com todas as candidatas seguindo estereótipos de beleza convencionais: jovens, esbeltas e de aparência perfeita. Algumas críticas surgiram, pedindo por mais diversidade e inclusão de diferentes gêneros, tamanhos e idades nas futuras edições.
Tecnologia de IA e Fotorealismo
As modelos do concurso Miss AI são criadas utilizando inteligência artificial generativa, resultando em imagens fotorealistas de mulheres extremamente bonitas que não possuem presença física no mundo real, mas existem principalmente nas redes sociais. É impressionante como a tecnologia de IA é capaz de criar representações tão realistas, com detalhes minuciosos que acabam por enganar até mesmo o observador mais atento.
Os criadores utilizam uma combinação de tecnologias de IA disponíveis no mercado e proprietárias para desenvolver essas imagens. Além disso, algumas das personagens também podem ser vistas falando e se movendo em vídeos, o que adiciona uma camada extra de realismo. Este avanço na tecnologia permite criar experiências visuais cada vez mais autênticas, o que desperta tanto fascínio quanto debate.
A partir desse nível de detalhamento e realismo, a tecnologia de IA está abrindo novas fronteiras para o que pode ser considerado possível dentro do campo dos influenciadores virtuais, promovendo um novo tipo de engajamento com o público.
Engajamento nas Redes Sociais
Os modelos do concurso Miss AI existem principalmente no Instagram, onde compartilham imagens fotorealistas e vídeos. Estes personagens, criados por IA, conseguem interagir com o público através de postagens e comentários, gerando um engajamento significativo. Por exemplo, Kenza Layli, modelo criada por uma equipe de Marrocos, compartilha suas emoções e conquistas em árabe, enquanto Ailya Lou, do Brasil, utiliza a música para atrair seguidores.
Esses influenciadores virtuais estão demonstrando um novo tipo de interação nas redes sociais, onde apesar de não serem reais, conseguem criar conexões emocionais com os seguidores. Isso é evidenciado pelo número de comentários e interações que recebem, muitos dos quais tratam os personagens como se fossem seres humanos reais.
As redes sociais desempenham um papel crucial na visibilidade dos modelos da Miss AI, com as postagens frequentemente alcançando milhões de visualizações. A habilidade de dominar a tecnologia de IA para criar um conteúdo visualmente atraente é um dos critérios de julgamento no concurso, destacando a importância do engajamento digital.
Além do engajamento dos fãs, os modelos virtuais estão se tornando influenciadores de marketing eficazes. Empresas, como a de joias representada por Seren Ay, reportaram um crescimento significativo nas vendas devido ao impacto dessas influenciadoras digitais. Seren Ay, por exemplo, ajudou a aumentar as vendas da empresa em dez vezes, mostrando o potencial comercial desses personagens virtuais.
Embora ainda existam céticos, a influência dos modelos de IA está crescendo rapidamente. Eles são mais acessíveis e versáteis do que influenciadores humanos, tornando-os uma opção atraente para marcas que buscam maximizar seu alcance nas redes sociais.
Controvérsias e Estereótipos
O Miss AI é um marco revolucionário que desafia as normas tradicionais dos concursos de beleza, introduzindo modelos criadas inteiramente por inteligência artificial (IA). Este concurso traz à tona questões profundas relacionadas a estereótipos e controvérsias presentes na indústria de beleza e na representação de influenciadores digitais.
Os concursos de beleza há muito tempo são criticados por promoverem padrões de beleza irrealistas e perpetuarem estereótipos prejudiciais sobre a aparência feminina. Com a advento do Miss AI, esses debates são reacendidos, uma vez que todas as finalistas se encaixam nos tropos tradicionais de beleza: jovens, magras e atraentes. Porém, ao contrário dos concursos tradicionais, estas modelos não são seres humanos reais, mas sim criações digitais sem presença física no mundo real.
A geração de modelos por IA abre um novo território, permitindo a criação de influenciadoras que podem ter um impacto significativo nas redes sociais, sem a necessidade de uma pessoa de carne e osso. Ainda assim, apesar deste potencial inovador, o Miss AI tem sido alvo de críticas por aderir aos mesmos padrões de beleza vistos em concursos humanos, o que levanta a questão: estamos simplesmente transferindo os mesmos estereótipos prejudiciais para um novo meio?
Além disso, há um grande debate sobre a forma como esses modelos digitais são apresentados e utilizados como ferramentas de marketing. Por exemplo, alguns criadores de IA afirmam que suas criações oferecem flexibilidade e economia, uma vez que human influencers podem ser muito custosos e exigentes. Todavia, este movimento também suscita preocupações éticas e sociais sobre a autenticidade e os efeitos de longo prazo no consumo de mídias digitais e na percepção pública de beleza.
Por fim, enquanto a Miss AI promete revolucionar a indústria de influenciadores digitais, ela também enfrenta o desafio de evoluir e incluir uma maior diversidade. Atualmente, as finalistas refletem um entendimento estreito de beleza, mas há um potencial vasto e ainda inexplorado para abraçar diferentes gêneros, idades, tamanhos e características. Esta evolução é crucial para evitar a perpetuação dos mesmos problemas que a Miss AI inicialmente se propôs a desestigmatizar.