Em 2013, a Microsoft lançou o Project Natick, um inovador datacenter submarino que prometia reduzir custos de resfriamento e otimizar o uso de energia. No entanto, após testes bem-sucedidos no mar, a gigante da tecnologia decidiu descontinuar a iniciativa. Este artigo explora os fatores que levaram ao fim do projeto e as importantes lições aprendidas.
O fim do Project Natick
Em uma decisão recente, a Microsoft cancelou o Project Natick, uma iniciativa inovadora que visava a implementação de datacenters submersos no mar. Iniciado em 2013, o projeto tinha o objetivo de reduzir os custos com resfriamento utilizando a água do oceano. Além disso, a ideia era aproveitar os movimentos das águas para gerar a energia elétrica necessária.
O Project Natick se destacou pelos resultados promissores obtidos durante os testes realizados em 2018, onde uma cápsula contendo 850 servidores foi submersa próximo às ilhas Órcades, na Escócia. Após dois anos de operação, apenas 0,7% dos servidores apresentaram falhas, um indicador significativamente baixo.
Apesar do sucesso operacional, a Microsoft optou por descontinuar o projeto sem fornecer muitos detalhes sobre os motivos dessa decisão. Noelle Walsh, vice-presidente de inovação da empresa, mencionou que os aprendizados obtidos com o Project Natick serão aplicados em outras iniciativas.
A Microsoft acumulou valiosas lições sobre operações submarinas e impacto ambiental, que serão úteis em futuros projetos tecnológicos. A iniciativa resultou ainda em várias patentes relacionadas a datacenters submersos, demonstrando a contribuição significativa do Project Natick para o avanço da tecnologia na área de infraestrutura de servidores.
Datacenters convencionais versus submarinos
Os datacenters convencionais, normalmente instalados em prédios ou galpões, exigem uma quantidade significativa de equipamentos de resfriamento, como sistemas de ar condicionado. Estes sistemas não só representam um investimento elevado em aquisição e manutenção, como também consomem grandes quantidades de energia elétrica.
Datacenters submarinos como o Project Natick, desenvolvido pela Microsoft, oferecem uma solução inovadora para esses problemas. Lançado em 2013, este projeto visava utilizar a água do mar para fins de resfriamento e aproveitar os movimentos das águas oceânicas para gerar energia elétrica. Instalados em cápsulas submersíveis, esses datacenters visavam reduzir tanto os custos operacionais quanto o impacto ambiental, ao dispensar o uso de ar condicionados tradicionais.
Os testes realizados em 2018 nas Órcades, ilhas ao norte da Escócia, foram promissores. Uma cápsula contendo 850 servidores foi submersa por mais de dois anos, e apenas seis servidores apresentaram falhas, representando uma taxa de falha de 0,7%. Este resultado contrastou significativamente com as taxas de falhas dos datacenters convencionais, destacando a eficiência e a robustez do sistema submerso.
Mesmo com esses resultados iniciais positivos, a Microsoft decidiu descontinuar o Project Natick em 2020. Embora os motivos específicos não tenham sido oficialmente revelados, suspeita-se que o projeto tenha sido encerrado devido a novas prioridades da empresa ou aos altos custos e complexidade envolvidos na manutenção e operação de datacenters submarinos.
Apesar do encerramento do projeto, a Microsoft afirmou que as lições aprendidas com o Project Natick foram valiosas. Noelle Walsh, vice-presidente de inovação da Microsoft, mencionou que o conhecimento adquirido sobre operações submarinas, vibrações e impactos nos servidores será aplicado em outras iniciativas futuras. A pesquisa resultou em várias patentes relacionadas a datacenters submersos que poderão beneficiar futuros projetos.
Vantagens dos datacenters submarinos
Os datacenters submarinos têm uma série de vantagens sobre os convencionais. Primeiramente, ao utilizar a água do mar para resfriamento, eles eliminam a necessidade de sistemas complexos e caros de ar condicionado. Esse método natural permite uma redução considerável nos custos com resfriamento, que é uma das maiores despesas operacionais dos datacenters tradicionais.
Além disso, os movimentos das águas geram energia elétrica, fazendo com que o datacenter se torne mais sustentável e menos dependente de fontes de energia externas. Este uso eficiente dos recursos naturais não apenas contribui para a sustentabilidade ambiental, mas também pode reduzir a pegada de carbono da empresa.
Outro aspecto positivo é a maior confiabilidade e segurança dos datacenters submersos. A estrutura subaquática protege contra uma gama de ameaças físicas, como desastres naturais (terremotos, furacões), vandalismo ou ataques físicos, tornando-os potencialmente mais confiáveis e seguros em comparação com os datacenters terrestres.
Por fim, a escolha de locais isolados e submersos para esses datacenters pode melhorar a latência, especialmente em regiões remotas ou onde a infraestrutura terrestre é limitada. Isso garante um acesso mais rápido e eficiente aos dados, melhorando a experiência do usuário.
O início do Project Natick em 2013
O Project Natick iniciado em 2013, tinha como objetivo revolucionar a maneira como datacenters são implantados. Com a ideia de submergir datacenters no oceano, a Microsoft visava a redução significativa dos custos com resfriamento e uso de recursos.
A proposta consistia na utilização da água do mar para resfriação dos servidores, eliminando a necessidade de sistemas de ar condicionado tradicionais que consomem alta quantidade de energia. Além disso, os movimentos das ondas seriam aproveitados para gerar energia elétrica para os datacenters.
A primeira fase do Project Natick envolveu a construção de uma cápsula especial, projetada para abrigar servidores e equipamentos de rede no fundo do mar. Durante os testes, a cápsula foi capaz de suportar as pressões e as condições adversas do ambiente submarino, oferecendo uma alternativa inovadora aos datacenters convencionais.
Em 2013, a Microsoft anunciou oficialmente o início do projeto, lançando a cápsula ao mar para avaliar sua viabilidade e desempenho em condições reais. A inovação visava tanto a sustentabilidade ambiental quanto a eficiência operacional, prometendo uma revolução no setor de tecnologia.
Testes do Project Natick em 2018
Em 2018, a Microsoft iniciou testes consistentes do Project Natick em uma área próxima às Órcades, ilhas localizadas a 16 quilômetros ao norte da Escócia. Esse marco foi significativo para avaliar a viabilidade de datacenters submersos.
Cerca de 850 servidores foram instalados na cápsula que ficou submersa por pouco mais de dois anos. Durante esse período, apenas seis servidores ficaram inoperantes, o que corresponde a apenas 0,7% dos equipamentos instalados. Esse índice de falha é considerado baixo, mostrando que a água do mar oferece um ambiente estável para esses equipamentos.
Os resultados foram promissores, com a tecnologia demonstrando eficácia e eficiência ao utilizar a água do mar no resfriamento dos servidores. A Microsoft também estava interessada em verificar a capacidade de gerar energia elétrica através dos movimentos das águas.
Apesar do sucesso inicial, o Project Natick não foi retomado e acabou sendo descontinuado, com a Microsoft direcionando os aprendizados para outras iniciativas.
Motivos para descontinuação
Vários fatores podem ter contribuído para a decisão da Microsoft de descontinuar o Project Natick. No entanto, a empresa não divulgou oficialmente os motivos específicos. Entre as possíveis razões, destaca-se o alto custo envolvido na manutenção e operação de datacenters submersos. Embora a água do mar ofereça uma solução eficiente de resfriamento, os desafios logísticos e técnicos, como a necessidade de manutenção submarina, podem ter pesado na decisão.
Outro fator pode ser a prioridade de investimentos da Microsoft. A empresa pode ter decidido redirecionar recursos e esforços para outras áreas de pesquisa e desenvolvimento que ofereçam um retorno mais imediato ou alinhado com suas estratégias de longo prazo. Além disso, é possível que a tecnologia dos datacenters submersos ainda necessite de mais estudos e refinamentos para se tornar viável comercialmente.
Não podemos esquecer das preocupações ambientais. O impacto ambiental de um datacenter submerso é um aspecto que deve ser cuidadosamente considerado. Questões como a durabilidade dos materiais utilizados, o impacto na flora e fauna marinha, e a responsabilidade ambiental podem ter influenciado a decisão de pausar ou encerrar o projeto.
Em declarações recentes, executivos da Microsoft indicaram que os aprendizados obtidos com o Project Natick não foram em vão. As lições sobre operações submarinas, resiliência de servidores e geração de energia a partir de movimentos oceânicos serão aplicadas em outros projetos futuramente, conforme mencionado pela vice-presidente de inovação, Noelle Walsh.
Enfim, enquanto o Project Natick não avançará, ele deixa uma série de dados e insights valiosos para a Microsoft e para a indústria de tecnologia em geral, potencialmente pavimentando o caminho para futuras inovações em datacenters e sustentabilidade.
Lições aprendidas pela Microsoft
A Microsoft decidiu cancelar um dos seus projetos mais inovadores, o Project Natick, que consistia em datacenters submarinos. A iniciativa foi descontinuada sem explicações oficiais, e a página do projeto está sem atualizações desde meados de 2020. Recentemente, a companhia confirmou oficialmente o fim do Project Natick ao DatacenterDynamics.
Os motivos para a descontinuação não foram divulgados. Contudo, Noelle Walsh, uma executiva da Microsoft que trabalhou no projeto, afirmou que utilizarão os aprendizados obtidos em outras iniciativas:
Minha equipe trabalhou nisso e funcionou. Aprendemos muito sobre operações no nível submarino, vibrações e impactos no servidor. Então, vamos aplicar esses aprendizados em outros casos.
Com base nesse comentário, é possível que a Microsoft tenha decidido realocar seus recursos para outras prioridades ou direcionar a equipe a novas pesquisas mais atuais.