A internet transformou-se radicalmente desde os seus primórdios, evoluindo de um espaço vibrante de criação humana para um território onde humanos e bots compartilham o domínio. A teoria da “Internet Morta” sugere que estamos caminhando para um cenário onde o conteúdo gerado por inteligência artificial (IA) pode dominar nossas interações online. Mas, o que isso realmente significa para a autenticidade e a conexão humana na era digital?
O Surgimento da Internet Morta
A ideia da “Internet Morta” não é nova, mas ganhou força com o avanço da tecnologia de IA. Originalmente, a internet era um espaço de expressão e criatividade humanas, onde cada site e blog era um reflexo direto de seus criadores.
No entanto, com o passar dos anos, testemunhamos uma mudança significativa. Bots e algoritmos começaram a gerar conteúdo, desde artigos até imagens e vídeos, tornando cada vez mais difícil distinguir o que é genuinamente humano do que é artificialmente criado.
A teoria da “Internet morta” possui dois principais componentes: a ideia de que os bots estão substituindo a atividade humana na internet e que esses bots estão sendo utilizados por atores para manipular a população humana.
A primeira parte dessa teoria, que sugere que os bots estão gerando a maior parte do conteúdo na internet e possivelmente contribuindo mais do que o conteúdo humano orgânico, é uma preocupação antiga. O post original do “IlluminatiPirate” cita o artigo “How Much of the Internet Is Fake? Acontece que muita coisa, na verdade” na revista New York.
A segunda metade da teoria da “Internet morta” se baseia nesse fenômeno observável, sugerindo que o governo dos EUA, corporações ou outros atores estão empregando intencionalmente esses bots para manipular a população humana por várias razões.
A ideia de que os bots estão substituindo o conteúdo humano é descrita como a “configuração”, enquanto a “tese” da própria teoria se concentra no governo dos Estados Unidos sendo responsável por isso, afirmando: “O governo dos EUA está envolvido em um gaslighting alimentado por inteligência artificial de toda a população mundial”.
A Realidade dos Bots e da IA
Com a chegada de ferramentas avançadas como o ChatGPT, a capacidade de gerar conteúdo complexo e convincente tornou-se acessível a qualquer um. Isso levou a uma explosão de conteúdo gerado por IA nas redes sociais, onde vídeos, imagens e textos muitas vezes não têm origem humana. O mais alarmante é que muitos usuários não percebem que estão interagindo com conteúdo sintético, o que levanta questões sobre a autenticidade e a confiabilidade das informações que consumimos diariamente.
Humanos agora compartilham a web igualmente com bots, alerta relatório em meio a temores da internet morta
Um novo relatório importante da empresa de segurança cibernética Imperva revela que os bots agora compartilham a web igualmente com os humanos, alimentando preocupações sobre o declínio da presença humana na internet.
A teoria da “internet morta” tem ganhado popularidade recentemente, sugerindo que a maior parte do conteúdo online é gerada automaticamente, com o número de humanos na web diminuindo em relação às contas de bot.
O relatório aponta que quase metade, 49,6%, de todo o tráfego da internet no ano passado foi gerado por bots, indicando uma crescente presença automatizada na rede.
O relatório da Imperva indica um aumento de 2% em relação ao ano anterior, representando o maior número registrado desde 2013, quando o relatório foi iniciado.
Em alguns países, a situação é ainda mais crítica. Na Irlanda, por exemplo, 71% do tráfego da internet é gerado por bots, segundo o relatório.
Uma parte desse aumento é atribuída à crescente adoção de inteligência artificial generativa e grandes modelos de linguagem. Empresas que desenvolvem esses sistemas utilizam bots para coletar dados na internet, os quais são empregados no treinamento desses modelos.
A Imperva alertou que alguns desses bots estão se tornando cada vez mais sofisticados. Além disso, muitos deles estão sendo originados de conexões de internet residenciais, o que os torna mais difíceis de distinguir.
Nanhi Singh, gerente geral de segurança de aplicativos da Imperva, afirmou: “Os bots automatizados logo superarão a proporção de tráfego de internet gerado por humanos, o que exigirá uma mudança na abordagem das organizações em relação à construção e proteção de seus sites e aplicativos. Com a introdução de mais ferramentas baseadas em IA, os bots se tornarão ainda mais onipresentes.”
Impacto na Percepção e na Autenticidade
A proliferação de conteúdo gerado por IA tem implicações profundas. Para os anunciantes, o desafio é garantir que seus investimentos não sejam desperdiçados em interações artificiais. Para os usuários, o risco é de se tornarem cada vez mais desvinculados da realidade, consumindo uma mistura indistinguível de conteúdo real e fabricado. A longo prazo, isso pode erodir a confiança na internet como um espaço de troca autêntica e significativa.
Em um mundo onde até 90% do conteúdo online pode ser gerado por IA até 2026, conforme aponta um relatório da Europol, a questão da autenticidade online nunca foi tão crítica. A possibilidade de uma “Internet Morta”, dominada por conteúdo artificial, desafia-nos a refletir sobre o valor da conexão humana e da criação genuína na era digital.
Concluindo, a teoria da “Internet Morta” não é apenas uma especulação futurista; é um fenômeno em desenvolvimento que nos obriga a questionar o futuro da nossa interação online. À medida que navegamos por este novo território, devemos ponderar sobre como preservar a essência humana em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia.
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